Em 11 de setembro de 1973, a extrema direita chilena derrubava o governo socialista de Salvador Allende, eleito democraticamente pelo povo chileno, por meio de um golpe militar sangrento e infame.
O 9/11 sul-americano inaugurou uma das ditaduras mais brutais do continente, que, além das inúmeras violações de direitos humanos, também serviu de laboratório global para a implementação do receituário da ideologia econômica conhecida como "neoliberalismo". Para tanto, o ditador Pinochet abriu o Chile para atuação de economistas que seguiam os ensinamentos de Milton Friedman e o modelo econômico pregado pela chamada "Escola de Chicago" - o que lhes valeu o apelido de "Chicago Boys". A partir do Chile, o neoliberalismo foi replicado não apenas na América Latina, mas em todo o planeta.
O Chile demonstrou que as políticas de austeridade e violenta redução do Estado de bem estar social, em prol de uma economia de mercado, e em detrimento das condições sociais das camadas menos privilegiadas da sociedade, só poderiam ser impostas a uma nação em desenvolvimento tardio por meio de um golpe militar da extrema-direita e um governo neofascista. O que mostra o quanto o neoliberalismo e o neofascismo são faces, interconectadas, de uma mesma moeda.
Abaixo, imagens do bombardeio do Palácio de La Moneda, em 11/09/1973, que matou o presidente Salvador Allende e acabou o seu governo.